terça-feira, 21 de abril de 2009

"minha querida:

.... onde vives os teus mundos?....

Foi há seis anos que nos vimos pela primeira e última vez. Aqueles breves momentos fazem-me viver os mais loucos paradoxos da vida. Imprimem-me um sentimento de submissão intensa, por vezes frustrante, por vezes libertadora, para com loucuras ditas estéreis, sonhos ditos utópicos."

O vento soprava forte. Segurava o bloco com uma mão e com a outra tentava encontrar uma pedaço para escrever entre o rebentar de ondas..

"Deposito toda a minha esperança no tempo e no acaso, nos meus caminhos e escolhas que faço, que ditam o progresso natural da vida.
No entanto, aconteça o que acontecer, há sempre algo que me faz lembrar de ti. Por mais distante o caminho que tomo, acaba sempre por revelar um sinal teu. Torna-se irónico e inevitavelmente inexplicável. Fico horas à procura de uma efémera explicação, que torne lógico e minimamente encaixantes, todos estes devaneios..
Vem a vida, mais uma vez!
Absolutamente impressionante e ao mesmo tempo altamente aliciante a capacidade que tem de ser imprevisível. A rapidez com que se alteram factos, lugares, pessoas, cheiros, emoções, hábitos e ao mesmo tempo a imutabilidade de sentimentos que por vezes nos puxam e levam de novo ao passado. A capacidade que tem de fazer viver e reviver em simultâneo.
Faço de nós um mito, confiando no nada que é tudo, a oportunidade de excepção à regra.
Fujo, tão selvaticamente como natural é, daquele comodismo amorfo que nasce quando a saudade aperta.
Pois se um dia nos reencontrarmos, foi porque vivemos e não parámos no tempo...



com amor.."