esta noite escrevo só para ti..
cada palavra saí de onde saem as lágrimas, de onde as emoções são pautadas ora por ritmos avassaladores, ora por ritmos pausados; cada palavra sai, por isso, para ti e só para ti..
tentei estes dias todos esquecer-te. não minto, não a mim, jamais a ti.
tentei esquecer-te porque de tão bom que é sentir-te, de alguma forma acaba por doer...
no entanto, encontro sempre e só, razões para não deixar de pensar em ti.
tentei enumerá-las, em vão... poderia passar mais 25 dias a tentar fazê-lo, não consigo chegar a um fim.
comecei por escrever num caderno onde me guardo:
Razões para nunca mais me esquecer que um dia te conheci
então desde esse momento não parei. há uma vontade de gritá-las ao mundo, de uma forma que o ponha a girar ao contrário, de uma forma que o tempo deixe de fazer sentido, de uma forma que tudo pare, que o barulho que tu ouves passe a ser um silêncio que te traz uma calma que nunca antes sentiste, que faça com que feches os olhos e te vejas, te sintas, que viajas pelos mundos mais emocionantes, mais aventurosos, mais deslumbrantes e apaixonantes que é o teu interior...
vi-te pela primeira vez, sorriste.. jamais, um dia essa imagem sairá da minha cabeça. sinto cada emoção desse momento como se a estivesse a viver agora, de olhos fechados. em segundos li nos teus olhos as mais belas histórias de amor e aventura, os mais belos poemas de fazer sonhar..
o meu coração começou a bater descontrolado. sem saber o que fazer, disfarçava e tentava perceber o que estava a acontecer. impossível! dava comigo a procurar o teu olhar. sentimentos de perigo e calma atolavam-me de uma forma bestial com uma brutalidade que nunca antes sentira. então, ficava parado a olhar para ti.. à minha volta tudo perdia o sentido, os teus lábios arrepiavam-me...
cheguei a casa. subi até ao meu quarto e deitei-me na cama a olhar para o tecto. tentava racionalizar todo aquele furacão de emoções. não entendia, não fazia sentido... fechei os olhos.
olhei-te durante toda a noite, escutei cada palavra tua vezes sem conta, vivi e revivi aquele momento...
durante os dias que não te vi... a tua imagem continuava nítida na minha cabeça, e sabia tão bem recordá-la...
voltei a ver-te. as pernas tremiam, o coração batia ainda mais forte, a respiração timidamente ofegante, pensei para mim mesmo "é o meu fim"
falámos durante horas, o tempo perdeu-se no tempo e então ele deixou de existir para nós. abria o caderno onde sempre me guardei só para mim, e tu bebias as minhas palavras.. as tuas, ficaram gravadas na minha memória a fogo. embora tímidas, embora escassas, profundas, penetrantes onde muitas vezes dispensavam-se com o teu olhar...
cada vez que me tocaste, fiquei sem respirar.. o meu coração apertou.. senti-me tão frágil, tão vulnerável, conheci-me como nunca.. as tuas mãos nas minhas, o teu corpo no meu..
recordo para poder vive-lo para sempre..
e hoje escrevo só para ti.
coloco estas palavras numa garrafa e confio-as ao mar.
sopro estas palavras ao vento e confio nele;
para que fiquem eternizadas pelo tempo e cheguem até ti...
não me deixes ir assim.. prende-me! diz-me que queres que eu te escreva uma carta todos os dias, diz-me ao ouvido que chegou o meu fim e aconteceu o nosso início...
domingo, 27 de setembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
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